Recife sedia a 1ª Oficina de Meditação em Libras do Nordeste: inclusão, saúde mental e luta por direitos marcam o encontro no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência
- MentePlena Instituto
- 23 de set.
- 3 min de leitura

No dia 21 de setembro de 2025, o Parque da Tamarineira, no Recife, tornou-se cenário de um momento histórico para a comunidade surda e para a pauta da saúde mental inclusiva no Brasil. Foi realizada a 1ª Oficina de Meditação em Libras do Nordeste para Pessoas Surdas, uma ação inédita organizada pelo Instituto MentePlena em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e Juventude do Recife, com apoio da Associação de Surdos de Pernambuco (ASSPE).
A data escolhida para a oficina carrega um peso simbólico importante: o 21 de setembro é celebrado nacionalmente como o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, marco fundamental na agenda de promoção da acessibilidade, da cidadania e da equidade. Nesse contexto, a oficina em Libras não apenas ofereceu um espaço de prática de bem-estar, mas também reafirmou a necessidade de construir políticas e iniciativas que tornem a saúde mental acessível a todos os grupos sociais.
O simbolismo do local: Hospital Ulysses Pernambucano como referência da saúde mental em Pernambuco
Outro aspecto que conferiu singularidade ao evento foi a escolha do local. A oficina aconteceu em frente ao Hospital Ulysses Pernambucano, patrimônio arquitetônico e referência histórica da saúde mental no estado. A presença do hospital como pano de fundo foi interpretada como um gesto de ressignificação: em vez de associar a saúde mental apenas ao sofrimento e à institucionalização, a prática de meditação propôs um olhar para o cuidado, para a autonomia e para a inclusão em espaços coletivos e democráticos.
Essa conexão entre território, memória e inovação destacou a oficina como um momento de virada simbólica, no qual a comunidade surda pôde protagonizar uma prática de autocuidado em um espaço que historicamente representa tanto os desafios quanto as conquistas da saúde mental em Pernambuco.
Instrutores bilíngues conduzem experiência pioneira
A condução da oficina ficou sob responsabilidade de dois profissionais do Instituto MentePlena:
Prof. Luan Muller, instrutor certificado internacionalmente em Mindfulness do Instituto MentePlena, responsável por guiar as práticas de atenção plena e conduzir técnicas adaptadas à vivência coletiva em Libras;
Elizabete Geseli, psicóloga bilíngue LIBRAS/Português do Instituto MentePlena, que contribuiu com sua experiência clínica e de intérprete para tornar a experiência acessível, inclusiva e significativa para as pessoas surdas.
A dupla proporcionou uma vivência única, na qual técnicas de respiração, exercícios de concentração e práticas de mindfulness foram transmitidas de forma acessível em Libras, permitindo que os participantes experimentassem a meditação sem barreiras linguísticas.
Compromisso do Instituto MentePlena: democratizar o cuidado em territórios diversos
Mais do que um evento pontual, a oficina evidenciou o compromisso institucional do MentePlena em gerar impacto socioemocional positivo em territórios diversos e inclusivos. O instituto atua com a proposta de democratizar o acesso a práticas contemplativas, como a meditação e o mindfulness, levando-as a comunidades escolares, espaços públicos, populações vulnerabilizadas e grupos historicamente excluídos do debate sobre saúde mental.
A realização da 1ª Oficina de Meditação em Libras no Nordeste materializou esse compromisso, revelando a importância de pensar políticas de cuidado que contemplem diferentes realidades socioculturais. Ao reconhecer a pluralidade dos territórios e das identidades, o Instituto MentePlena busca expandir a presença das práticas de atenção plena como ferramentas de transformação pessoal e coletiva, especialmente em regiões onde o acesso a terapias e serviços de saúde mental ainda é limitado.
Um marco para a comunidade surda e para a saúde mental inclusiva
A oficina no Recife já é considerada um marco pioneiro para a comunidade surda no Nordeste, não apenas pelo ineditismo, mas também pelo impacto simbólico e prático que representa. Ao oferecer um espaço de convivência, escuta e cuidado, o encontro reafirmou que a saúde mental deve ser um direito universal, acessível e culturalmente sensível.
No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a oficina deixou como legado uma mensagem clara: a verdadeira inclusão acontece quando as práticas de bem-estar e cuidado são construídas com e para todos, respeitando singularidades e quebrando barreiras de comunicação e acesso.
O Instituto MentePlena, por meio dessa iniciativa, consolida sua atuação como referência em projetos que unem inovação, impacto social e compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e saudável, onde cuidar da mente é um direito que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de suas diferenças.
Por: Equipe MentePlena Instituto
Comentários